Em virtude da greve do magistério estadual, os professores das escolas de Educação Básica Carlos Fries de Ipira e Carlos Chagas de Piratuba, haviam parado as suas atividades normais em cooperação ao movimento que reivindica a aplicação do piso salarial, conforme lei federal, respeitando a carreira e as conquistas de outras lutas.
Até o presente momento,não houveram por parte do governo, negociações significativas ou que representasse ganhos financeiros para grande parte dos profissionais de carreira, ou ainda uma possível perspectiva de melhorias, onde o governo se comprometa claramente com os devidos reajustes, conquistados por meio da legalidade judicial.
No entanto,o movimento grevista trouxe à tona muitas contradições no campo da educação, como por exemplo o desvio de finalidade da verba do FUNDEB, a contratação tardia de professores, a compra sem licitação de materiais, a insuficiente instalação de equipamentos entre outras situações irregulares que foram denunciadas à sociedade catarinense.
Nesse momento, após exaustivas tentativas de reaver um direito garantido, diante do cansaço e da opressão imposta pelas mentiras e contradições apresentadas pela mídia, que incentiva a comunidade a cobrar apenas a presença do professor em sala aula, mas nunca incentiva a cobrança da qualidade da educação, os professores decidem retornar às suas atividades, em respeito aos alunos e à comunidade escolar, bem como com o comprometimento destes, com educação pública.
O retorno dos professores às salas de aula é com consciência e com o pensamento voltado para os alunos, mesmo manifestando o seu descontentamento em relação ao amadorismo que o governo tratou das negociações.
Devido à função que exercemos, de formadores de opiniões, temos a clareza de que o discurso deve estar ligado à prática, evitando o dito popular “faça o que eu digo, e não faça o que eu faço”. Isto é, nada adianta demonstrarmos aos nossos alunos, que é possível mudar o mundo, diminuindo diferenças, denunciando injustiças e, exigindo a democracia, a liberdade e o direito de expressão.
Se tudo isto permanecer apenas nas paredes das salas e nos murais da escola, quando na prática nos enfraquecemos e com medo, diante das imposições daqueles que têm o poder, nos submetemos aos seus ditos, sem crítica e sem questionamentos. Senos posicionarmos sempre pacificamente e apáticos, de nada adianta ensinarmos os jovens à cidadania, mas antes, deveríamos treiná-los à escravidão.
Nestes termos, nós professores das referidas escolas, agradecemos o apoio daqueles que entenderam e manifestaram publicamente seus votos de indignação e incentivo pela luta em prol do cumprimento da lei, pela educação com qualidade e pela clareza dos investimentos na educação, agradecemos e reiteramos o nosso compromisso com seriedade e dedicação.
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